O Jugger é um esporte criado em meados da década de 90 na Alemanha, baseado no filme "The Salute of the Jugger" (também chamado "The Blood of Heroes"). No filme, que se passa em um cenário pós-apocalíptico, o único entretenimento das pessoas é um esporte sangrento chamado de Jugger, onde dois times de cinco jogadores armados disputam a posse de um crânio de cachorro, sendo o vencedor o que primeiro conseguir cravar o tal crânio na estaca do oponente.
Apesar da origem violenta, o esporte Jugger "na vida real" prima pela diversão. As armas existem, mas são nada mais que tubos de PVC acolchoados, e o crânio disputado é uma réplica em espuma. As regras são rígidas quanto à segurança, havendo penalização para qualquer jogada desleal ou potencialmente perigosa. É muito raro alguém sair de um jogo com ferimento sério!
Basicamente o esporte é isso: dois times de cinco jogadores armados (com armas acolchoadas) disputando a posse de (uma réplica de) um crânio de cachorro, sendo o vencedor aquele que conseguir cravar o tal crânio por mais vezes na estaca do oponente.
O que o Jugger NÃO É
- Jogo violento: Apesar de o Jugger se basear em um filme pós apocalíptico cheio de sangue, literalmente tudo no esporte é pensado para minimizar ferimentos. Armas acolchoadas, equipamentos de proteção e regras que primam pelo fair play - tudo para que o jogo seja divertido e completamente seguro.
- Batalha campal: As armas são parecidas, mas o Jugger não é uma batalha campal. Trata-se de um esporte diferente, apesar de muitas vezes ser definido como "Batalha campal com bola" ou até "Rugby com armas". Não gosto dessas definições, dá a impressão de algo muito violento! Jugger é Jugger e pronto. Na batalha campal o foco são os combates, enquanto que no Jugger os combates são uma forma de proteção para que o verdadeiro objetivo do jogo seja cumprido: Colocar o Jugg no Mal, ou cravar o crânio na estaca.
- Jogo "só para homens": Muito pelo contrário! As mulheres se dão excepcionalmente bem em algumas funções do jogo, sendo estimulados os times mistos. É possível que elas queiram adaptar suas armas, às vezes reduzindo o tamanho ou o peso, ou até utilizar equipamento de proteção especial, principalmente para os seios. E se a desculpa do machista é que mulheres são mais frágeis, bem... jogue com uma e se surpreenda.
- Jogo de "nerds" e "perdedores": Novamente, muito pelo contrário. O Jugger permite uma diversidade tão grande de habilidades que qualquer um que tiver vontade de jogar pode se tornar um Jugger. Velocidade, força, agilidade, altura, peso, tudo pode ser usado a seu favor. Já vi jogadores com mais de 150 quilos se dando bem em campo com uma chain, outros com um metro e meio de altura se esquivando e usando uma miniespada de menos de 50 centímetros para derrubar gigantes. Já vi fumantes, míopes, sedentários usando suas fraquezas como vantagens em campo. Realmente, é um esporte completo que não discrimina uma certa característica, como por exemplo o vôlei que seleciona os mais altos.
- Coisa de jogador de RPG: Ok, jogar RPG ajuda a se interessar, mas ninguém joga dados no campo de Jugger.
- Perda de tempo: Definitivamente, NÃO É. Se acha que é, procure jogar um dia e mude de ideia.
História
A versão alemã
Logo depois do lançamento do filme, alguns alemães perceberam que aquela carnificina poderia ser convertida em algo divertido e saudável e aplicada à vida real. Foi estabelecida então a mais antiga, e atualmente a maior, comunidade de Juggers do planeta. Em 1992, em Berlin, logo após a queda do muro, foram definidas as primeiras regras para uma versão jogável do quer foi visto no cinema. A cidade, na ressaca das mudanças dos últimos anos, contava com inúmeros pontos onde a economia ainda não tinha recuperado; nesse cenário, o clima pós-apocalíptico do filme era fonte de inspiração para a criação de algo novo. Os primeiros jogos foram reportados logo após essa época, com o primeiro campeonato alemão acontecendo em 1998.
A liga oficial de Jugger foi criada em 2003, após a ideia do Jugger ter se espalhado por todo o país. Vários times em várias cidades foram fundados, com campeonatos locais pipocando em todo o território: seis campeonatos registrados em 2006, sete em 2007 e doze em 2008. Nesse ano acontece o primeiro campeonato aberto de Berlin (na verdade, o 11º campeonato alemão), com 29 times do país, um irlandês e um australiano. As regras eram baseadas no primeiro livro nacional de regras, editado em 2007.
Paralelamente aos alemães, os americanos começaram a edição de um conjunto de regras para o esporte em 1991. As regras americanas, porém, são essencialmente muito diferentes das alemãs, que são seguidas na maior parte do planeta.
(Fonte das informações: Wickenhäuserm R.P. 2013. Jugger, a post apocalyptic sport for all occasions, edição de 4/2013. Disponível em http://www.jugger.uhusnet.de)
Paralelamente aos alemães, os americanos começaram a edição de um conjunto de regras para o esporte em 1991. As regras americanas, porém, são essencialmente muito diferentes das alemãs, que são seguidas na maior parte do planeta.
(Fonte das informações: Wickenhäuserm R.P. 2013. Jugger, a post apocalyptic sport for all occasions, edição de 4/2013. Disponível em http://www.jugger.uhusnet.de)
O Jugger no Brasil
A história do Jugger no Brasil é bastante recente. Não existem registros concretos de grupos que tenham se formado antes de 2011. Jogos semelhantes (pelo menos, semelhantes às vistas dos leigos) ao Jugger, como o Trollball e a Batalha Campal, além dos RPGs de Live Action, já se utilizavam de boffers e tinham grupos espalhados por todo o território nacional.
Após uma reportagem sobre o jogo na Hype Science em 4/set/2011 (http://hypescience.com/jugger-o-esporte-pos-apocaliptico/), um grupo de Sorocaba se reuniu para a criação do primeiro time de praticantes do esporte em solo nacional. Em 12 de setembro do mesmo ano, foi organizada uma partida livre entre os estudantes da UFSCar do campus de Sorocaba. Nascia aí o esporte no Brasil.
Os jogos se seguiram durante o ano de 2011 até o fim do primeiro semestre de 2012. Após esse período, com o set de armas bastante avariado, e com a maior parte dos participantes da primeira geração se graduando na faculdade, aposentamos o Jugger por um tempo.
Em maio de 2013 surgia a oportunidade de reviver o Jugger. Durante um evento no campus alguns dos veteranos, remanescentes da primeira turma de jogo, sugeriram que algumas partidas de demonstração. O set de armas foi reformado (algumas das armas totalmente recuperadas), e o pessoal resolveu começar a "brincar" com elas no pátio da faculdade. Em questão de minutos estava formado o time para a nova geração. Durante o evento, foram jogadas partidas todos os dias, totalizando cerca de 30 pessoas, fora os curiosos. Estava plantada a semente.
Já estávamos bastante felizes com o renascimento do Jugger em Sorocaba. Coincidência, destino ou chame-você-como-quiser, recebemos o contato de um pessoal de outras regiões do Brasil que também tinham interesse no esporte. Agora, além da semente que plantamos, percebemos que o esporte foi espalhado pelo Brasil. É o começo de uma era, estamos fazendo história!
(Shimoo, 2/jun/2013)
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sigma
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